terça-feira, 29 de junho de 2010

Identidade.


Tempos atrás...
Foi noite ou foi dia?
Busquei meu reflexo no espelho,
Eu me redescobria!

Então, percebi.
O que estava acontecendo?
Eu me feria!
Eu estava morrendo!

Não sei se eu chorava...
Não sei se eu sorria...
Não sei se eu acordava...
Talvez fosse mentira!
Mas era real: eu sentia!
Era algo estranho...
Por que estava eu daquele jeito?
Olhei-me novamente no espelho,
Este refletiu outro sujeito!

Eu neguei;
Eu lutei;
Aquele olhar não era meu!
E, se por um instante, eu me desacordei,
Nesse instante eu fui eu!

Minha mente estava alienada.
Eu já nem sabia minha idade!
Estava eu em uma enrascada,
Com um transtorno de identidade.

Vida Passada.


Quando chega o fim do dia,
E o crepúsculo, com suas cores mágicas,
Se acentua em meus olhos, como se esses fossem pequenas janelas,
Me desperto de certos pensamentos angustiantes.
Pensamentos de efeito nostálgico,
Pensamentos que perfuram meu inconsciente,
Conseguindo transmitir-me, deliberadamente,
Fatos estranhos em minha mente.
A vida...a vida é tão estranha!
Os dias vão passando e nós vamos vivendo,
Aproveitando e ignorando certos momentos,
Ressaltando a alegria de alguns,
E acentuando a tristeza de outros.
Outros que, em outrora, até em uma vida passada,
Tenha deixado alguma pessoa angustiada.
Tudo tem seu valor!A beleza está nos olhos de quem a vê.

E é no crepúsculo...
Nessa hora tardia do dia em que me encontro,
Que sempre chego a certo ponto,
De, involuntariamente, chorar!
Chorar por tudo...
Chorar por nada...!
Talvez seja eu essa pessoa angustiada,
Que procura por tudo e procura por nada.
Sinto que vivo,
Uma vida passada.

Eu, que sou assim.


Enquanto todos dormem,
Eu...
Eu finjo um sono que não existe!
E é esse sono que permite
Com que eu saia dessa dimensão
e flutue, flutue, flutue .
Eu vou,
Desde desertos compridos como o Saara
Até as Fossas das Marianas.
E quando me questionam,
Quando dizem que eu não sei nada,
Eu lhes respondo:
“Posso não saber nada, mas não sou uma garota privada,
Posso não ser dotada de uma inteligência, mas utilizo a minha criatividade.
Essa, que faz com que eu saia de um dia estrategicamente ensolarado,
E seja carregada por uma enxurrada.”
E eu nunca, jamais, quero ser acordada.
Me deixe absorta nesse sonho.
Eu prometo, um dia voltarei.
Enquanto isso, luto comigo mesma, com meus monstros peculiares,
Na minha falsa realidade.